“A união é a solução”. Com essa frase, o mediador Rafael Lisboa encerra a videoconferência promovida pelo Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) e Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) sobre como o setor varejista está enfrentando os desafios da crise causada pelo coronavírus. Participaram desse debate Nabil Sahyoun, presidente da Alshop, e Glauco Humai, presidente da Abrasce. Os dois falaram sobre o atual cenário dessa crise e das perspectivas futuras do setor.

Na tarde desta segunda-feira, dia 30 de março, em meio à crise ocasionada pela pandemia do Covid-19, Nabil Sahyoun e Glauco trouxeram informações e questionamentos relevantes para o setor de shoppings com um olhar para o futuro. Uma coisa é certa: ninguém consegue prever quanto tempo essa paralisação vai durar e por isso é muito importante que esse seja um momento de sensibilidade e cautela para todos, empreendedores e lojistas.

A preocupação com a economia é real. Porém, sem uma previsão de quando as lojas dos shoppings voltarão a abrir, os presidentes da Abrasce e Alshop, informam quais medidas imediatas estão tomando para resguardar os lojistas, falam sobre quais as perspectivas de médio e longo prazo para o setor e também dão sugestões de como o Governo Federal pode atuar para minimizar o impacto dessa crise na população.


Impacto:

Quando questionados sobre o impacto que essa crise tem causado e ainda vai causar no Brasil, Nabil e Glauco afirmam que é difícil dimensionar pois a crise ainda está acontecendo. As perspectivas ainda são desconhecidas. Por isso o momento exige serenidade e é preciso focar na organização. Algumas medidas são urgentes para reforçar a comunicação com lojistas: manter o contato, mandar comunicados, tranquilizar. Dessa forma, cada lojista terá a certeza de que estão todos do mesmo barco e as associações estão trabalhando para que essa crise seja minimizada através de ações coletivas.


Medidas imediatas dos shoppings:

Durante o período de fechamento, os shoppings estão aliviando a cobrança dos custos de ocupação das lojas através de: isenção ou cobrança do mínimo possível do fundo de promoção, esforço para haver redução no valor do condomínio de 30 a 40% e suspensão do aluguel. Porém cada grupo de shopping decide como será negociado essa suspensão, seja através de renegociação para o período, seja com isenção ou seja através de parcelamento. Ao todo, mais de 1 bilhão de reais estão sendo colocados entre isenção e adiamento.


Sugestões para o Governo:

A crise tem que ser olhada de um modo geral pois afeta todo o setor. Pela primeira vez na história, todos os shoppings estão fechados. E isso representa um impacto negativo muito grande na economia. Dessa forma, as associações também estão pressionando os Governos federal, estaduais e municipais a trabalhar de forma coordenada e a colocar liquidez e linhas de crédito de maneira rápida e subsidiada na economia para empreendedores e lojistas. Também estão pleiteando a isenção de impostos nos próximos 90 a 120 dias. A preocupação maior é a manutenção de todos os empregos. Por isso é tão importante que o Governo aja rápido para estabelecer o fluxo de caixa dos lojistas, ajudando e dando sobrevida às lojas, e dessa forma, garantir o emprego dos funcionários. Se o Governo não entrar e não oferecer uma alternativa imediata, a conta não vai fechar. As pequenas empresas não vão ter folego para aguentar 30 a 40 dias mais e estarão ameaçadas.


Saúde x Economia:

Todos os esforços por parte do setor dos shoppings e dos lojistas estão sendo feitos para que os empregos sejam mantidos. O trabalhador é prioridade nesse momento. Porém é preciso haver um equilíbrio entre a saúde e a economia. As duas precisam andar lado a lado e não haver conflito. A ordem é clara: seguir as recomendações do Ministério da Saúde para evitar ainda mais contaminações e reduzir o máximo de mortes possíveis. Assim, o que cabe aos shoppings é manter as lojas fechadas com alívio financeiros para os lojistas, porém aumentar a cobrança para que o Governo aja de forma equilibrada e imediata.  


Reabertura dos shoppings:

Glauco afirma que ninguém tem clareza do tempo que a crise vai durar. Se daqui a alguns dias houver um decreto permitindo a reabertura dos shoppings, não significa que população vai sair para comprar. As pessoas ainda estarão com medo. Será que valerá a pena abrir de imediato? Os funcionários estarão seguros?


Quando a curva de crescimento da pandemia estiver baixando, será necessário analisar caso a caso de como os negócios serão reativados. Possivelmente, cada cidade terá um comportamento diferente. Quando as questões tiverem mais claras, eventualmente os shoppings abrirão com horários reduzidos, pessoas mais espaçadas nos corredores, mesas das praças de alimentação mais espaçadas, fluxo mais controlado, para gradualmente retomar negócios e atividades normal.

A crise do coronavírus vai deixar marcas em toda a população seja de qual área for. E ela exige o esforço e união de todos. É preciso planejar com cautela abertura e volta aos negócios através de práticas realistas.

A reczero está atenta aos movimentos dos setores de shoppings e varejo e sabe que, apesar de não haver previsão de quando, isso vai passar. E quando passar, estaremos todos unidos para reerguer o comércio. Pode contar com a gente!

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